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sábado, 2 de julho de 2011

Sistemas de Qualidade de Software

Muito se fala em sistemas de Qualidade de Software (em geral, o pessoal gosta de maiúsculas no nome). Um sistema muito discutido e aplicado no Brasil tem sido o CMM. Infelizmente, poucas vezes se retorna às origens deste sistema para ver de onde surgiu e que problema ele visava resolver. Também poucas vezes se fala a respeito do sucesso ou fracasso deste sistema no mundo de desenvolvimento de SW. Vamos dar uma olhada rápida (e com uma dose de parcialidade) nisto.

O CMM começou com o Departamento de Defesa Americano, como uma ferramenta para avaliação da maturidade de seus fornecedores, em meio a uma crise no gerenciamento e na qualidade do que era recebido. Notem que ele foi concebido como uma ferramenta de avaliação (por conseguinte, externa, para ser usada pelo contratante) e não como uma ferramenta de trabalho das empresas contratadas (que produzem o software). Muito tempo se passou desde então. Hoje em dia, não sei se o DOD ainda usa CMM. Mas sei que muita gente propõe que o usemos como metodologia para produzir software melhor. Pode ser que se consiga, mas até hoje, ainda não presenciei casos de sucesso real. E tenho minhas dúvidas se um modelo originalmente concebido como ferramenta de avaliação realmente é suficiente ou adequado para promover melhorias na qualidade.

Sobre sucessos e fracassos, sempre ouço que a indústria indiana de software tem um grande número de empresas com certificações CMM altas e que isto comprova a importância do CMM. Pode ser. Minha experiência com tais empresas é muito limitada: Resume-se ao fato de que ouvi muitos clientes americanos reclamarem da baixa qualidade do software de companhias indianas, tanto em relação à qualidade intrínseca (correção, desempenho, etc) quanto a prazos. Claro que não devemos generalizar, mas é o que ouvi. A outra experiência que tive foi de uma empresa em que trabalhei e que não tem (ou ao menos não tinha na época) CMM e foi contratada para desenvolver um software que estava há 2 anos nas mãos de uma indiana certificada CMM. Tal software, mesmo após estes 2 anos de trabalho, ainda não era minimamente funcional e apresentava um número elevado de bugs registrados. A decisão tomada logo que minha companhia entrou em cena foi abandonar totalmente a base de código herdada e recomeçar o projeto do zero. Aceitamos o desafio e o projeto foi concluído em aproximadamente 6 meses, com índices de bug baixíssimos (zero críticos, zero graves, três cosméticos) e com funcionalidades mais avançadas que as do projeto original.

E aí me perguntam se eu gosto de Qualidade de Software. Bom, eu prefiro software de qualidade...

LGM

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